19 de janeiro de 2012

eu desenho títulos.

ouve-me vinte e sete, amanhã não sei se vou saír de casa. não sei se me apetece ouvir os ruídos do comboio logo pela manhã. não sei se me apetece voltar a acordar atrasada. detesto caminhar pelos corredores da estação das minhas viagens e sentir todos os olhares prostrados nas minhas costas. gosto de ouvir a respiração dos deambulantes que por ali passam, em viagem, comigo, mas é só. por exemplo, não me agrada ouvir-lhes o zumbido cerebral fruto de uma falta de tudo. existem pessoas, algumas, que eu quase poderia jurar que não pensam. os pensamentos fazem barulho, não sei se sabes.
quando alguém pensa muito existe uma qualquer reação reflexo que é bastante barulhenta. às vezes um simples revirar de olhos faz mais barulho do que um torvão. é que alguns barulhos são movimentos. só que nem toda a gente sabe disso claro, só os que, como eu, perdem tanto tempo a pensar em nadas.

um dia destes apanho um comboio e hei-de ir para uma terra qualquer, uma dessas que por aí andam cheia de amigos que não são mas serão um dia.

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