4 de novembro de 2010

beijinhos, e até amanha

hoje faço-te o testamento do nosso amor.
antes que morra, delego-te desde já todas as cuecas que me rasgaste na cama, todos os soutiens que te divertiste a desapertar. deixo-te a ti os lençóis da minha cama, a minha desgraça e a honra que tanto quiseste roubar.
antes que morra, ofereço-te as fotografias de todas as nossas e idas e vindas do paraíso. não quero ficar com os vestigios da tua presença nem dos meses em que nos aterramos por ele, em quanto ainda estava vivo.

antes que o amor morra, deixo-te em testamento dele, como sua principal advogada de defesa - já que não fui eu quem desistiu dos abraços - tudo o que ele nos recolheu da alma. ele morre sem nada. eu fico viva sem ele. tu, cabrãozinho de merda, podes ficar com os vestígios da vida que lhe ceifaste por meio de um simples adeus.

1 comentário:

  1. desejava-te aqui, agora que sinto falta do teu corpo, do teu toque delicado... lembro-me do dia em que te manchei irremediavelmente e sem piedade, o corpo de vermelho vivo... lembro-me de quando te levantei contra as paredes sujas daquele quarto e te roubei a alma, onde tu me cortaste as costas nuas e humedecidas com as tuas garras afiadas... lembro-me que gostava do teu cheiro a mares desta terra... Já não sei o caminho para o paraíso, já não sinto a tua essência, já não recordo o teu abraço,ficaram vestígios da tua presença. atormentam-me memórias do teu corpo despido, abandonado nos lençóis de prata, esquecido por mim, por um cabrão sem ressentimentos...

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amanhã talvez não