2 de dezembro de 2010

estado cata-tónico: quando o amar falece

os movimentos não se podem limitar a palavras, nem as palavras a imagens. imortalizações momentâneas são insubstituíveis, quaisquer que sejam as suas formas primitivas. o ser humano é insubstituível.
a falta de um, é cata-tónica.

pacotes e pacotes de batatas fritas, charros, charros, maços de tabaco, cerveja às litradas, banhos de uma hora e meia. uma hora e meia nua, na banheira, de chuveiro ao alto e água quente a matar as costas. 20 horas de sono por dia ou nenhuma. tudo.
e, no entanto, a mesma reacção se distingue.
se um ser humano desaparece, a falta é cata-tónica.

a espera é longa demais para quem não tem a certeza do que é que está, ao certo à espera.
a única certeza do ser humano cata-tónico é de que, aquilo porque queria esperar já não volta. não tem qualquer regresso possível. por isso, o tédio toma conta dos dias, as mentes começam a ruír e, invariavelmente, a pessoa cura-se quando se assume cata-tónica.
                                                                 (entretanto um instante é imortalizado no momento pelo instinto momentâneo de quem dança, fala, age... para se expressar)

3 comentários:

  1. a espera é cata-tónica .
    esperar por algo que sabemos que nunca voltará é cata-tónico .
    mas o ser humano é insubstituível e por muito que não volte terá sempre um espaço, um lugar para se sentar ao nosso lado . porque perder alguém é cata-tónico .
    perder o raciocínio , perder a vontade , perder o sentido .
    respira porque sim , vive porque sim , aliás sobrevive .
    a perda é cata-tónica .

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  2. o amor falece tantas vezes, para mim.
    e é deve ser por isso que isto me é tão familiar.

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  3. cada vez tou a curtir mais ver os teus texto...muito fixe!valter

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