16 de janeiro de 2013

produção 1. do dia de hoje 2.

Há uma casa na minha rua onde moram algumas pessoas que são meus vizinhos. Não sei como se chamam, ou quais os rostos, desconheço se trabalham ou em que é que trabalham. Não sei absolutamente nada sobre eles e, no entanto, todas as noites vou ouvindo aqui e ali pedaços da intimidade deles. Que é só deles e tão diferente de qualquer outra que conheça. A minha, por exemplo, na deles em lado nenhum se encontra. Tirando talvez o fato de por eles também ser ouvida. 

Sinto pela minha intimidade um pudor tal que até estar nua à minha frente me dá calafrios. Digo-te que o mundo é bem maior do que aquilo que o imaginas e bem mais fácil de percorrer do que o que te dizem os teus anseios. 

Um dia heide ir, só não te prometo voltar. Como de resto nunca nada de prometi, e logo a ti que por me conheceres tão bem sabes decor que nenhuma promessa conhecerá um dia lugar na minha boca. Tirando aquela, talvez, que conjure amor. 

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