18 de março de 2010

Alice

Tudo começou com um nome, Alice.
Passámos da personagem para a boneca, da boneca para a pessoa, da pessoa para a marioneta.
Começámos juntas, diferentes e iguais, acabámos juntas, iguais e diferentes.
Importa que entre olhares sofridos e desesperados pelo nada, entre sorrisos diabólicos que inspiram a gargalhada medrosa, entre impulsos vindos do escuro, as pessoas gostaram. Acima de tudo, as pessoas gostaram.
As pessoas riram, as pessoas temeram, sentiram os corpos alterados pela tensão que soubémos instalar no ar, elas não choraram, mas nós sabemos que vão sonhar.

E a melhor parte de todas, depois da satisfação do mórbido ter resultado, foi a satisfação de não sermos as únicas Alices vitoriosas, foi saber que a Dama de Copas também triunfou na água, sob um chuveiro de água que devia, mas não foi gelada.

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