Às vezes lembro-me do teu nome.

Os meus pulmões latejam pela tua falta.

Por onde é que andas? Já não te ponho a vista em cima à demasiado tempo.

Estou doente porque o meu organismo tem saudades do teu cheiro, do teu toque, da tua carne. A minha cura está na tua saliva. A minha cura está nos teus olhares que nunca chego a perceber direito. A minha cura está algures em ti.

Sinto o ambiente pesado por falta das tuas piadas. Sinto o ar rarefeito só porque não o posso comentar contigo. O que é feitode ti? Onde é que te perdeste? Algures?

São assim tantas as tuas amantes que nem tempo para estar comigo, menina pequena, arranjas?

Passeias-te por camas a mais mas comigo fui eu que passeei na tua. Lembras-te? Lembras-te de como me deitei nos teus lençóis sem querer saber o nome da tua mulher? Lembras-te de como te fiz esquecê-la por uns segundos?

Tenho falta de ar porque me faltas tu no dia-a-dia.

Pensei em mudar de nome, de cidade, de casa, de amigos, de escola, só que depois reparei que estás escrito em mim e não nos outros lugares. Talvez acabe por me arrancar a pele só para já não te sentir, só que isso seria burrice. Gostei demasiado do teu toque em mim.

Volta, tenho medo de morrer asfixiada por não conseguir respirar o cheiro dos outros.

Vem amanhã e traz o teu perfume. Pode ser? Prometo que te guardo a cama.