16 de março de 2010

Se é hoje é agora

Não me acredito em para sempre. Não me acredito em amanhãs sussurados.
Acredito-me em depois de amanhã. Acredito-me em momentos sentidos.
Não preciso de futuros, de casas, de tijolos, de alicerces.
Preciso de certezas, de braços fortes, de mãos seguras.
Não quero abraços. Quero que me agarres.
Não gosto de piadas. Gosto dos teus sorrisos.
Não digo amo-te, não quero que me digam.
Não ouço mentiras, não as pornuncio.

Quando digo agora, digo hoje.
Se não peço amanhã é porque não me importa se ele existirá ou não.

Eu. Tu. Descobri em criança que o tempo se perde a pensar em nós.
Se ele chegar, chegou. Se não vier, sei que não lhe sentirei a falta.
Se quero partilhar os lençois, a cama, os rios, as casas contigo - sabe-o a minha vontade e só ela tem a razão.
Se quero partilhar mais do que o corpo, mais do que o sorriso - sabe-o o amanhã, e se só ele sabe, para quê forçar o hoje a se ir embora depressa? Gosto tanto dele.

Não te peço promessas. Se as disseres não vou acreditar.
A única certeza de que preciso viva adormecida na minha casa à beira rio, à espera do dia em que eu lhe encontre a chave.

1 comentário:

  1. Não te dou mais que o hoje. Não posso. Não quero.
    Não te prometo. Não falo. Faço.
    Quero prolongar o laranja, o preto e o vermelho.
    Se o farei? Só o amanhã (que amanhã será hoje) o dirá.

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amanhã talvez não