26 de agosto de 2010

esse teu sorriso, peste, mata-me

a maneira como te ris numa espécie de sorriso misto, como se os teus lábios não concordassem com a alegria que os teus olhos contêm. a curva descendente dos cantos da tua boca a contrariar a vivacidade do teus rosto, tão vivo, de pupilas tão dilatadas, tão brilhantes. essa tua maneira tão própria de negar um avanço sem fala, de convencer uma aproximação num silêncio. esse teu sorriso louco. o teu secreto moralismo, o teu pensamento indiscreto, sovina, metediço. os teus olhos prostrados como dois sois trauteantes, a tua boca cansada, gasta demais para sorrir. esse teu sorriso triste tão louco. esses teus olhos sorridentes, sempre tão bipolares na tua carne.

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