17 de setembro de 2010

castanho amargo, cor de chocolate

ela é jovem, menos de vinte mais de dezassete, veste calças de ganga todos os dias, usa tops decotados como moldura para os peitos fartos. o cabelo é longo, não muito, o suficiente, ondulado, de jeitos e manias - tal como ela. tem o peso certo e o olhar errado.
ela é, resumidamente, depois das curvas angulosas, depois dos sorrisos agradáveis, das medidas comedidas e acertadas, depois do bom senso de estilo, ela é os olhos. toda ela se resume ao olhos, castanhos, amargos, tristes - repletos de uma vivência que, de qualquer outra forma, ninguém diria que tinha.
foi por causa dos olhos que ele se apaixonou, foram os mistérios que lhe encontrou cravados nas iris que o cativaram. nada mais. nem a voluptuosidade, nem o silêncio. nada, só os olhos. tudo se resumiu àquele par de olhos. (aos olhos dela, ao castanho amargo de sabor a chocolate)

a primeira vez que lhe falou só foi capaz de lhe perguntar uma coisa: quem foi que te leu a alma e fugiu com ela?
para sua surpresa, ela respondeu-lhe "tu"

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