sou recatada, ou tenho sido nestes últimos dias.
sorrio de mansinho, falo baixinho, escondo-me entre os silêncios das gargalhadas. tenho-me guardado, vivido um pouco recatada. (escondo com o cabelo molhado o que de mim não se recata, saio à rua e sou recatada).
num silêncio instável cheio de promessas e de lembranças, memórias de uma terra poeirenta, de milhares e milhares de tecidos erguidos como casas, de milhares e milhares de pessoas a uma só voz, neste tão pouco silêncioso silêncio, vivo eu recatada. camuflada nas multidões, a berrar, aos gritos, a arrebentar, sempre baixinho, sempre de mansinho, sempre no recato desta minha presença... tão recatada.
oh, eu, mulher sempre tão recatadinha.
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amanhã talvez não