17 de outubro de 2010

ao melhor dos Bruno's da minha vida

na minha lista telefónica existem cinco bruno's. um, conheci entre águas e montanhas, as noites eram quentes o suficiente para o rio apelar a um mergulho, a terra era remota o suficiente para ele ser dos únicos que a povoava. não lhe dei nada, nem um quarto do que ele pediu, nem metade do que o que ele sonhou. foi assim, um bruno que apareceu e que se foi, sem deixar rasto.
o outro, conheci entre pessoas e sorrisos, corpos convidativos, suores ofuscantes, cheiros e cheiros misturados de perfumes diferentes. olhares e olhares, um homem perdido no meio de tantos que - quase - se poderiam tratar como mulheres. um bruno de coragens, sem perconceitos suficientes para ali não estar. um homem que pude abandonar mesmo antes de lhe dar permissão de toque, só mais um, apenas mais um.
o terceiro, conheci por intermédio de outros, conheci-o de nome sibilado na boca desses outros, conheci-o mesmo antes de lhe saber o rosto. vi-o de lábios noutras, vi-o fazer parte de sonhos de alguns, vi-o fazer corar quem não se devia fazer corar por ele. foi um bruno mestiço, fantasia de homens de mulheres, o único bruno que não pediu.
o quarto, o bruno que me amou, que me pediu, que me prometeu, que não teve nada. o bruno das alegrias, das borgas, das músicas partilhadas, das frustrações em segredo. o bruno que magoei. o bruno que só foi bruno nas minhas palavras, o triste que conheceu felicidade como  - irónicamente - último nome.
e depois temos-te a ti, o bruno ideal. conheci-te por incentivo próprio, sem prometer nada - a esperar tudo em segredo. conheceste-me sem pedir nada - a ter tudo em segredo. as tuas mãos perdidas no meu torço num abraço, o teu sorriso a ofuscar-me a vista. eu perdida na tua voz, a tentar calar-te, a tua força a vencer-me sem medos. tu - o melhor bruno da minha vida.
qualquer dia escrevo sobre o único homem cujo nome nunca se repetiu na minha história. qualquer dia, hoje não. hoje faltam-me as sílabas. terá de ser num dia em que os T's não estejam de greve.

5 comentários:

  1. Quem é o homem que por entre palavras da tua historia, as sílabas do seu nome não foram antes repetidas nas linhas dos teus versos, na mente dos teus alicerces. Quem é ele e por onde se esconde, quem é aquele por que procuras em dias de tempestades e abraças nos sonhos de dias soalheiros. Quem é aquele por que anseias o toque nas noites frias, por quem anseias nos dias compridos, por quem gritas na alegria. Quem é e por onde se esconde?

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  2. e é sem pedir nada que as melhores coisas acontecem. aquelas que nos enchem a alma, aquecem nos o coração (pelo menos o que resta dele), e prolongam-se, pela eternidade.

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  3. aposto que te enganaste no teu bruno, bu
    aposto

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amanhã talvez não