3 de dezembro de 2010

actas favoráveis à indagação

"as vontades mudam sempre que te vejo, passam a momentâneas. quase como se todas as montanhas se unificadas se erguessem contra o pensamento consciencializado do certo e do errado.
lamento que os relógios não me sejam tão favoráveis quanto para com os que esperam por nada. lamento que a verdade seja pior para mim do que aquilo que te quero mostrar.
admito a culpa que tantas vezes me entregas em mãos sem sequer te preocupares com o rasto de mágoa que deixas que te preceda. admito-a porque a tenho como minha porque a sinto escorregar-me pela cabeça e assentar como uma luva.
os prazeres momentaneos de quem não ama são muito mais recompensadores do que o que nos querem fazer crer. custa-me viver com eles mas são os únicos que o meu corpo não rejeita. são as únicas curas para esta incerteza que me tortura.
talvez me possas ajudar, talvez me possas perdoar todas as não palavras que te disse. talvez. mas só talvez. porque, de certo, tudo o que dissesses se tornaria vão aos meus ouvidos moucos, pouco ou nada interferiria com o meu rumo. com as minhas escolhas. em nada mudaria esta minha tão tosca maneira de amar.

lamento, mas existem verdades que nunca nasceram para passar a existir.
lamento, mas da terra onde venho, estar contigo é mais do que um simples favor.
lamento, mas quando me olho ao espelho continuo a ver-me com cinco anos. "

e, pronto, foi isto que ela me disse em silêncio.
achei que ele não devia saber.

2 comentários:

amanhã talvez não