15 de dezembro de 2011

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perdoem-me todos os não pecadores mas uma vida desprovida de pecado é uma morte em gerúndio.

quando ele se levantou da cama, meio despido, só de meias, ri-me. os homens ficam tão ridiculos só de meias, um ar meio abandonado, meio à espera de carinho. detesto ver um homem só de meias. sinto-me mãe. sinto-me herege. sou encestuosa em passados.
um homem de meias é um fim escrito a tinta da china.
uma mulher não pode foder com um homem que esteja só de meias. para ser bem fodida, ou ele está nu ou ele continua meio vestido, meio vertiginoso, a caminho de um abismo ainda com a roupa enrolada no corpo.
por isso, quando ele se levantou da cama e me perguntou se queria alguma coisa para comer, matou a tesão, matou o amor, matou o retorno. um homem só de meias é assassino.

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