15 de dezembro de 2012

ao fim de algum tempo longe a questão deixa de ser encontrar o caminho de regresso e passa a encontrar, sequer, um lugar para onde regressar.
deixam de haver vontades que nos ditem onde é casa. a orientação que sempre soube como voltar esconde-se e todos os lugares parecem bons lugares para ficar.
no meio da estrada, na esquina das duas ruas mais bonitas da cidade, no café sem luz natural, sentada ao piano da sala de estar, deitada na cama de olhos fixos no teto.
o tempo escasseia, deixa de erudir os dias. a passagem passa então a vazia porque deixa de ter importância se envelhecemos ou não, as coisas que aprendemos não são percecionadas a tempo e só as incertezas conseguem garantir uma presença priveligiada.

o ser humano tem uma facilidade gigantesca em errar. tal como, de resto, fazer tudo o que é fácil. e errar é, e o pior é que sabe bem de vez enquando. cura-nos da vida, que é a maior de todas as doenças crónicas conhecidas.


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