8 de junho de 2010

5 dias depois

Num tique taque de um relógio sem cuco a sentença do carrasco flagelou-me a carne.
Soube-me morta na tua ausência.
Não te encontrei por entre a multidão. (meu amor, onde estavas?)
Soube-me como sempre me fizeste sentir.
A tua indiferença fez com que o meu sangue se derramasse praça a baixo e tu nada fizeste para o impedir.
Não te senti por entre a multidão. (meu amor, onde estavas?)
Lembro-me de ter negado as lágrimas. Mesmo quando me amarraram os pulsos com as cordas rudes e gastas do alçapão. Não chorei. Por não te saber por perto não tinha pelo que chorar.
Lampejaram-me o corpo com olhares, com criticas inaudiveis. A mágoa gelou-me os ossos e senti-me fundir com o nada.
Soube-me tão viva quanto morta.
Não temi o adeus porque não tinha de quem me despedir. (meu amor, onde estavas?)

(com Maria, autora convidada)

Sem comentários:

Enviar um comentário

amanhã talvez não