19 de setembro de 2010

uma trinca num outro pedaço

não tocaste à campanha, não foste complacente para com as minhas roupas. não.
preferiste esquecer as morais e os maneirismos, arrancaste-me a carne e mordeste o que restava. serviste-te do meu corpo sem permissões. suámos, sofremos com os êxtases seguidos que tanto nos violentavam o corpo, morremos  e ressuscitamos vezes sem conta, primeiro no hall, depois na cozinha, na casa-de-banho e, por fim, na cama - nos meus lençois de princesa virgem (um dia). pelo sabor do orgasmo fomos morrendo.

os meus gemidos perdidos no cal das paredes brancas, as minhas unhas nas tuas costas agradadas pelo sol, tu, perdido, enrolado pelas minhas pernas na minha armadilho. perdido pelos amores dos meus olhos. a pedir mais. a exigir mais.  enquanto te fugia dos braços.

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amanhã talvez não